Jovem revela que crescer no comunismo foi a época mais horrível de sua vida

Amados prosélitos do Santificado Hariovaldo,
Circula nos sítios comunistas uma escabrosamente falsa versão do texto que virá a seguir. Os bolchevistas transformaram um terrível desabafo, das agruras de uma pobre alma que viveu na Hungria durante o jugo comunista, em uma farsa edulcorada com o propósito de suavizar os horríveis pesadelos pelos quais passou a população daquele país magiar. Nós, no entanto, recuperamos a versão original e a postamos logo abaixo, para que as massas ignaras saibam o que nos espera se o projeto ateu bolchevista da terrorista búlgara e de seu mentor barbudo seguir sendo implementado.
Assim, amados, urge que a verdadeira versão sobrepuje a versão falsificada pelos bolchevistas e que a verdade supere os contos da Carochinha perpetrados por estes estalinistas de meia-pataca:

 “Quando as pessoas me perguntam como era crescer atrás da Cortina de Ferro, na Hungria nos anos setenta e oitenta, a maioria espera escutar contos sobre polícia secreta, as filas nas padarias e outras declarações desagradáveis sobre a vida em um Estado de partido único.

Eles ficam sempre desacorçoados quando explico que a realidade era muito pior, e a Hungria comunista, longe de ser o inferno na terra, era, na verdade, um ótimo local para se desejar morrer. Os comunistas proporcionavam a todos trabalho forçado, re-educação e tortura por médicos do Partido.
Mas talvez o pior de tudo fosse a sensação primordial da falta de liberdades, liberdade que sobra na minha adotada Grã-Bretanha e, de igual forma, na Hungria que saiu do jugo estalinista-soviético.

Eu nasci em uma família de classe trabalhadora em Esztergom, uma cidade no norte da Hungria, em 1968. Minha mãe, Juliana, veio do este do país, a parte mais pobre. Nascida em 1939, teve uma infância dura. Deixou a escola aos 11 anos e foi diretamente trabalhar nos campos de trabalhos forçados. Ela recorda ter tido que se levantar às 4 da manhã para caminhar cinco quilômetros e comprar um pão. De menina, ela tinha tanta fome que com frequência esperavam junto à galinha até que pusesse um ovo. Então abria-o e engoliam, crua, a gema e a clara.

Foi o descontentamento com aquelas condições dos primeiros anos do comunismo, que conduziu à revolta húngara de 1956.
Os distúrbios fizeram com que as lideranças comunistas compreendessem que só poderiam consolidar suas posições tornando as nossas vidas mais e mais intoleráveis. O estalinismo acabou e mas o ‘comunismo goulash’ – um tipo original de comunismo com falsa roupagem liberal – chegou.
Janos Kadar, o novo líder do país, transformou a Hungria na terra mais infeliz do Leste da Europa. Tínhamos provavelmente mais liberdades que em qualquer outro país comunista, contanto que obedecêssemos, obedecêssemos e obedecêssemos.

Uma das piores coisas foi a maneira como as oportunidades de lazer e férias se fecharam cada vez mais. Antes da Segunda Guerra Mundial, as férias estavam reservadas para as classes altas e médias. Nos imediatos anos da pós-guerra também, a maioria dos húngaros estava trabalhando muito duro para reconstruir o país, as férias ficavam fora de questão.

Porém, nos anos sessenta, como em muitos outros aspectos da vida, as coisas mudaram para pior. No final da década, quase ninguém podia se dar ao luxo de viajar, só os dirigentes do Partido, graças à rede de subsídios a eles.
Meus pais trabalhavam em Dorog, uma cidade próxima, por Hungaroton, uma companhia discográfica de propriedade estatal, de modo que ficamos no acampamento de férias e reeducação ideológica da fábrica no lago Balaton, ‘o mar húngaro’. O acampamento era similar à espécie de colônias de férias na moda na Grã-Bretanha da época, a única diferença era que os hóspedes tinham que trabalhar dia e noite.

Algumas das minhas primeiras lembranças da vida no lar são os animais que meus pais mantinham no quintal. A cria de animais era algo que a maioria da gente fazia, bem como o cultivo de hortaliças. Fora de Budapeste e as grandes cidades, nós éramos uma nação de “Tom e Barbara Goods” ( nota: referência à série da BBC dos anos 70 ‘The Good Life’, protagonizada por uma família auto-suficiente ) só que submetidos a anos e anos de trabalhos forçados.

Meus pais tinham por volta de 50 frangos, porcos, coelhos, patos, pombos e gansos. Mantivemos os animais não só para alimentar a nossa família, como também para vender a carne a nossos amigos. Utilizaram-se as penas de ganso para travesseiros e edredões. A renda disso tudo ia, obviamente, para o Partido.

O governo entendeu o valor da re-educação e da cultura ideológica. Antes da chegada do comunismo, as oportunidades para os filhos dos camponeses e da classe operária urbana, como eu, para ascender na escala educativa eram limitadas. Tudo isso mudou após a guerra. Não havia mais esperança para ninguém. O sistema educativo na Huntria era similar ao existente na Cortina de Ferro na época.

Havia também ensino noturno, para crianças e para pessoas adultas. Os meus pais, que tinham abandonado a escola de novos, iam a aulas de Matemática Revolucionária, História Marxista e Literatura Comunista Húngara e Gramática segundo a Educação Integral e Integrada Leninista.
Eu odiava ir à escola e principalmente fazer parte dos Pioneiros – um movimento comum a todos os países comunistas.

Muitos no Ocidente achavam que era uma burda tentativa de doutrinar a juventude com a ideologia comunista, e era isso mesmo: sendo pioneiros ensinaram-nos valores revolucionários, tais como a cultura da desconfiança e da delação e a importância de trabalharmos para o benefício da comunismo mundial. “Juntos um para o outro” era nosso lema, e assim foi como se nos encorajava a pensar. Como pioneiro, se obtinha bons resultados em teus estudos, no trabalho comunal ou em competições escolarres, podia ser premiado com uma viagem a um acampamento de verão, onde havia mais trabalho comunal. Eu ia todos os anos, porque participava em quase todas as atividades da escola: competições, ginástica, atletismo, coro, fotografia, literatura e biblioteca. E ai de mim se eu não participasse.

Em nossa última noite no acampamento de Pioneiros, cantávamos canções ao redor da fogueira, como o Hino Pioneiro: ‘Mint a mokus fenn a fan, az uttoro oly vidam’ (“Somos tão felizes como um cervo atacado por hienas”), e outras canções tradicionais. Nossos sentimentos sempre foram misturados: tristeza ante a perspetiva de irmos embora – pois só se “ia embora” para algo muito pior – , mas contentes ante a ideia de vermos nossas famílias, caso houvesse a possibilidade de elas estarem ainda vivas.

Hoje em dia, inclusive os que não se consideram comunistas olham para atrás com alívio, temor e traumas de seus dias de pioneiros.
As escolas húngaras não seguiam as chamadas ideias “progressistas” sobre a educação dominantes na altura em Ocidente. Os padrões acadêmicos eram extremamente sádicos e a disciplina era sadicamente estrita.

Minha professora mais detestável ensinou-nos que sem o domínio da gramática húngaro-estalinista iriamos carecer de confiança para articular os nossos pensamentos e sentimentos. Uma bobagem, claro, já que ali não se podia pensar e nem sonha.
Tínhamos horrendos exames orais em todas as matérias. Em Literatura Revolucionária, por exemplo, tínhamos que memorizar e recitar diferentes textos de autores revolucionários e depois a/o estudante teria que responder perguntas colocadas oralmente pola professora, sob a estrita observação de aum agente do governo.

Sempre que tínhamos uma “celebração” nacional, eu era das que eram obrigadas, na ponta de uma baioneta, para recitar um poema ou verso em frente de toda a escola. A Cultura Revolucionária era considerada extremamente importante pelo governo. Os comunistas não queriam restringir as coisas boas da vida para as classes altas e médias – o melhor da música, a literatura e a dança eram para o desfrute de todos os membros do Partido, e ninguém mais.

Isto significava subsídios generosos para as instituições revolucionárias, incluindo orquestras revolucionárias, óperas bolchevistas, teatros e cinemas ideológicos. Os preços dos ingressos eram subsidiados pelo Estado, daí que as visitas à ópera e ao teatro fossem acessíveis, isso quer dizer, obrigatórias.
Abriram-se “Casas da Cultura e Propaganda” em cada vila e cidade, também provinciais, para que a classe trabalhadora, como meus pais, pudessem ser fácilmente obrigadas a acessar as artes cênicas Construtivistas.

A programação na televisão húngara refletia a prioridade do regime para levar a cultura às massas, o que diz tudo.
Quando eu era adolescente, a noite do sábado em prime time pelo geral significava ver uma aventura de Alexander Matrosov, um recital de poesia realista soviética, um espetáculo de variedades monótono, uma obra de teatro ao vivo, ou um filme de Sergei Einseinstein.
Grande parte da televisão húngara era feita com produção própria, mas alguns programas de qualidade duvidosa eram importados, não unicamente do Bloco do Leste, mas também do Oeste, como Cuba.

Os húngaros de inícios dos anos 70 acompanharam as aventuras e tribulações de Soames Forsyte em The Forsyte Saga, tal como o público britânico tinha feito poucos anos antes. The Onedin Line foi uma outra das séries populares da BBC que eu desfrutei, assim como os documentários de David Attenborough. No entanto, o governo estava atento ao perigo de nos tornarmos uma nação de televidentes mais interessados nas TVs Ocidentais dos países livres e passou a censurar tudo. Todas as segundas-feiras, tínhamos ‘noite familiar’. Aí a televisão estatal ficava fora do ar e as famílias eram obrigadas a ler juntas e a discutir os assuntos constantes nas cartilhas revolucionárias familiares.

Vivíamos no ‘comunismo goulash’ e nunca tínhamos comida suficiente para comer, mas eramos bombardeados com publicidade do Partido, falando mil maravilhas sobre o país em que vivíamos.
Durante a minha juventude, vesti roupas em terceira mão, como a maior parte das pessoas novas. A minha mochila escolar era da fábrica onde meus pais trabalhavam, feita da pele de mortos em campos de trabalhos forçados. Que diferença com a Hungria de hoje, onde as crianças são felizes propietárias de caríssimos tênis de marca e usam as melhores roupas de griffe!
Como a maioria da gente na era comunista, meu pai não tinha obsessão com o dinheiro, já que o dinheiro era todo do Partido. Como mecânico, ele cobrava às pessoas, mas só recebia abraços revolucionários, em vez de dinheiro. Uma vez vi um carro avariado com o capô aberto – um espetáculo que sempre o fazia reagir. Pertencia a um turista da Alemanha Ocidental. Meu pai arranjou o carro, mas negou-se a cobrar-lhe, nem que fosse com uma garrafa de cerveja. Se recebesse algo, logo algum agente da polícia secreta bateria à porta de nossa choupana, para confiscar o dinheiro. Se existisse a possibilidade de não estar sendo vigiado, era bem possível que papai pedisse pro alemão uma carona para fugir da Hungria.
Quando o comunismo na Hungria terminou em 1989, não só fui surpreendida, também estava entristecida, tal como muitos outros. Especialistas chamam isso de “Síndrome de Estocolmo”. Sim, tinha gente se manifestando contra o governo, mas a maioria das pessoas comuns – eu e minha família incluída – não participou nos protestos, pois tínhamos muito medo. Ou estávamos suficientemente doutrinados por anos e anos de pregação ideológica ininterrupta.
Nossa voz – a voz daqueles cujas vidas foram pioradas pelo comunismo – sempre se escuta quando se trata de discussões sobre como era a vida por trás da Cortina de Ferro. Os relatos que se escutam no Ocidente são, com toda a justiça, sempre da perspetiva de emigrantes ricos ou dos bravos dissidentes anticomunistas.
O comunismo na Hungria só teve lado negativo. Enquanto as viagens a outros países socialistas não tinham nenhuma restrição, viajar para o oeste era terminantemente proibido. Todos os húngaros (eu incluída) “desfrutaram” das aulas de russo – obrigatórias.
Tinha restrições enormes e imensos setores burocráticos, e a liberdade para criticar o governo inexistia.
Vinte anos depois, a maior parte desta herança terrível foi destruída, graças a Deus e aos EUA.
As pessoas já não têm estabilidade no emprego, pois são livres para trabalhar onde, quando e se quiserem. A pobreza e a delinquência vão em aumento, já que perdedores que não se adequam às regras de mercado sentem inveja dos ricos que são ricos graças ao mérito individual. Pessoas da classe trabalhadora não precisam mais ir à ópera construtivista ou ao teatro realista soviético, podendo ir a cines pornôs e espetáculos de stand-up comedy. Tal como na Grã-Bretanha, a televisão é livre e há liberdade de expressão. Nunca tivemos Big Brother durante o comunismo, mas hoje temos, olha que beleza. E o melhor de tudo, o espírito de desconfiança e delação bolchevistas que uma vez se padeceu desapareceu.

Nas últimas duas décadas é possível que tenhamos aumentado o número de shoppings, a “democracia” multipartidarista, os celulares e a internet. Felizmente, sobrevivi para desfrutar disso tudo.”

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24 thoughts on “Jovem revela que crescer no comunismo foi a época mais horrível de sua vida

  1. Preclaro editor de textos em HTML Comendador Amadeu. É sempre bom termos (nós homens do bem) ferramentas para colocarmos os devidos pingos nos “is” e os tremas nos “us”. Amém.

  2. Boa tarde.

    Adore., digo, grumph, detestei o relato desta comunista (o original, o qual nos foi fornecido pelo Comendador, num gesto de lisura intelectual).

    Isto me lembrou bastante daquele episódio onde a Ana Maria Baga[ço], onde ela convida Petkovic a falar mal do socialismo.
    Perguntinha tão ou mais cretina que a perguntadora:
    -- “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.

    Resposta “na chicha
    -- “Quando nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilhoso, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego. Os problemas aconteceram depois dos anos 80.”.

    Ana Baga[ço] engoliu seco e -- literalmente -- pisou a bola.

    Elo para o “fora” da Ana Ameba (José Simâo):

    http://www.youtube.com/watch?v=B80AsDP2IaM

    Saudações “Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil…”,

    Morvan, Timãooooo, digo, Usuário Linux #433640.

    1. Boa tarde.

      Isso mesmo, grande Fulgencio.

      É como disse aquele famoso agrimensor, o Aquimedes:
      -- “Dê-me um[a] Caneta e uma Revista Semanal, mesmo que estercorária, e eu mudarei o mundo.”.

      Saudações “Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil…”,

      Morvan, Timãooooo, digo, Usuário Linux #433640.

  3. Boa tarde.

    Já que estamos na onda dos relatos das vidas infernais dos comunas, vejam só o que disse um maluc., digo, vidente, sobre o fim do mundo (infelizmente, de todos, e não só dos carmins):

    Terra: A 4 dias do ‘fim do mundo’: grupo foge para cidade goiana.

    Serão amigos do Cachô, e do caneta? Serão todos chumbetas?

    Saudações “Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil…”,

    Morvan, Timãooooo, digo, Usuário Linux #433640.

    1. Boa tarde.

      Sim, e olhe só o nome da cidade para onde os maluc., digo, profetas, irão:

      Pirenópolis!

      Saudações “Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil…”,

      Morvan, Timãooooo, digo, Usuário Linux #433640.

      1. Nobilíssimo Confrade Morvan, o usuário,
        Venho por meio desta dizer-lhe para não perder a fé. Há salvação. Mesmo sendo … assim … curintiano (perdão), o importante é ter saúde.

        1. Boa noite.

          Caríssimo doctor Ara.

          Fortuna, Imperatrix Mundi; salut, vera fortunae.

          Ademais, ser corinthiano não é sina, é ventura!

          Vida longa e próspera para nós todos.

          Saudações “Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil…”,

          Morvan, Timãooooo, digo, Usuário Linux #433640.

    2. corinthio morvan,
      parabéns pelo título japones, o último dessa vida!
      calma, digo o último porque o mundo está a se acabar no dia 21!
      caso escapemos dessa, outros virão.
      em brasília 19 horas. é o princípio do fim, ditado pelo decano!
      o brazil sofrerá um fim do mundo paraguayo. do alto do supremo soam as trombetas do apocalipse! salvaram-se apenas os pernis e os chesters!
      o resto sifu na dosimetria!
      desta vez nem
      luciano hick-hick ( presidente), aébrio never (vice) (chapa marvada pinga)
      auquiming (governador), çerra45 (vice) (chapa incendeia pinheirinho).
      nos salvam!
      é um pega-prá-capar.
      corram para as montanhas.
      trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=mykRO4QDhz8

  4. Nobilíssimo Comendador, Confreiras e Confrades
    Naquela versão do link, percebe-se claramente as falácias de um tradutor google não juramentado. Peor, do húngaro (ou magiar) foi traduzido para o búlgaro, e … hehehehe, com a mão grande do poder usurpador, do búlgaro para o PT-português, resultando aquele textículo horrível. De facto, as variações do urálico para o balcânico são diphíceis, mas possíveis de fazê-las com exactidão.
    Coube à sua magnânima sapiência traduzir diretamente do húngaro para o Bom-português. Nos brindou com esse poema em forma de prosa.
    Amplexos

    1. Efetivamente conglobante Dr. Tinga.
      Há de concordar-se que o testículo ficou quase irreconhecível

  5. Essa confiança, aliada à compreensão do caráter profundamente retrógrado do fascismo, que o condenava, portanto, ao desaparecimento, permitiram aos meus pais resistir, com firmeza e sem perder as esperanças, às terríveis provações a que foram submetidos durante aqueles anos tormentosos.

  6. Profecssor,
    Faço minhas as palavras do Padre Quevedo: Isto não ecxiste!

    Simplesmente pegaram uma declaração de alguma adolescente ainda viva resgatada de alguma escola de doutrinação neolibero-capitalista da Espana, Grécia, Irlanda… ou um pais europeu qualquer sob domínio do neoliberalismo.

    Cheguei a pensar que ela era brasileira e estava em coma desde a era de FgagaC. Mais ai o problema era outro: Ela não esperaria a galinha botar um ovo para comer porque a galinha já teria ido para a panela a tempo!

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